ATA DA NONAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 07-11-2001.

 

 


Aos sete dias do mês de novembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila e Paulo Brum. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Estilac Xavier, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Quadragésima Segunda e Quadragésima Terceira Sessões Solenes, que deixaram de ser votadas face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 105/01 (Processo nº 4219/01); pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 275/01 (Processo nº 4195/01); pelo Vereador Ervino Besson, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Haroldo de Souza, 06 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Antonio Dib, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 07 Pedidos de Providências e os Projetos de Lei do Legislativo nºs 277 e 281/01 (Processos nºs 4199 e 4207/01, respectivamente); pelo Vereador Juarez Pinheiro, o Projeto de Lei do Legislativo nº 282/01 (Processo nº 4226/01); pela Vereadora Maria Luiza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 274/01 (Processo nº 4095/01). Também, foi apregoado o Ofício nº 562/01, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 031/01 (Processo nº 4218/01). Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 547/01, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, o Senhor Presidente informou a ausência da Senhora Nelma Oliveira Soares, Presidenta da Associação Cultural de Mulheres Negras do Rio Grande do Sul - ACMUA, entidade que faria uso da Tribuna Popular no dia de hoje. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 262/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Sebastião Melo, Juarez Pinheiro e Haroldo de Souza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 264/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 266/01, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Legislativo nº 268/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Haroldo de Souza, os Projetos de Lei do Legislativo nº 270 e 271/01, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Resolução nº 016/01, os Projetos de Resolução nºs 100 e 101/01, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 024/01, os Projetos de Lei do Legislativo nº 258 e 256/01, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Sebastião Melo e Juarez Pinheiro; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 244/01. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D'Avila aprovou iniciativa do Executivo Municipal em fazer uma pesquisa sobre o número de prédios abandonados ou inacabados na Cidade, a fim de destiná-los a programas de habitação popular em convênio com a Caixa Econômica Federal, salientando que a habitação é uma das necessidades básicas da população. Também, discorreu sobre o instituto do Direito Real de Uso, especificamente no que se refere à sua utilização pela população feminina responsável pelo sustento de suas famílias. Após, foi apregoado o Ofício nº 072/01, de autoria do Vereador Beto Moesch, informando que Sua Excelência, no dia de hoje, representará externamente este Legislativo junto ao Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba, no Município de Guaíba - RS, o que foi deferido pelo Senhor Presidente. Também foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Maristela Maffei, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo no Seminário Estadual "A quem servem os transgênicos e agrotóxicos? Um debate sobre a fome no País", a ser realizado nos dias oito e nove de novembro do corrente, na Usina do Gasômetro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo teceu considerações acerca de fatos ocorridos durante Audiência Pública da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, realizada no dia seis de novembro do corrente. Também, manifestou-se sobre a apresentação de Emenda Popular ao Orçamento do Município para o ano dois mil e dois, proposta pela comunidade do Bairro São Geraldo. O Vereador Haroldo de Souza pronunciou-se favoravelmente à Emenda Popular proposta pela comunidade do Bairro São Geraldo ao Orçamento do Município para o ano dois mil e dois. Também, criticou a postura do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, no que tange à implementação de políticas de amparo às crianças e adolescentes desassistidos e registrou que votará contra o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, que estabelece a aplicação de alíquotas progressivas para o Imposto Predial Territorial Urbano - IPTU. Após, foi apregoado o Memorando nº 118/01, de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre em exercício, informando que o Vereador Reginaldo Pujol representará externamente este Legislativo em audiência no Ministério da Previdência e Assistência Social, acompanhando a delegação da Associação Cristã de Moços, nos dias sete e oito de novembro do corrente, em Brasília - DF. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cassiá Carpes teceu críticas à postura adotada por alguns Vereadores durante Audiência Pública promovida pela Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL no dia seis de novembro do corrente, questionando o nível de representatividade do Programa de Orçamento Participativo em relação a todas as comunidades de Porto Alegre. Também, declarou ser contrário ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, que se refere à aplicação de alíquotas progressivas do Imposto Predial Territorial Urbano - IPTU. A Vereadora Clênia Maranhão convidou a todos para participarem de Ato Solene a ser realizado amanhã, às dezessete horas, no Plenário Aloísio Filho, destinado à entrega do Título Honorífico de Líder Comunitária à Senhora Élida Galarça. Também, apoiou iniciativa da Prefeitura Municipal, no sentido de recuperar prédios inacabados ou abandonados e destiná-los a programas de moradia popular, de modo a diminuir o problema da falta de habitações em Porto Alegre. O Vereador João Antonio Dib reportou-se à Audiência Pública promovida ontem pela Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, destinada a debater o Orçamento Anual do Município para o ano dois mil e dois, criticando atitudes tomadas por pessoas que ocupavam as galerias do Plenário Otávio Rocha em relação aos Senhores Vereadores. Ainda, externou sua contrariedade à atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Municipal. A seguir, foram apregoados os seguintes Ofícios, todos de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre em exercício: de nº 120/01, informando que o Vereador Ervino Besson representará externamente este Legislativo na solenidade de abertura da 17ª Festa do Pêssego de Porto Alegre, a ser realizada hoje, às quinze horas; de nº 117/01, informando que o Vereador Adeli Sell representará externamente este Legislativo na solenidade de abertura do 13º Festival do Turismo de Gramado, a ser realizada amanhã, às vinte horas e trinta minutos, no Palácio dos Festivais, no Município de Gramado - RS; de nº 119/01, informando que a Vereadora Helena Bonumá representará externamente este Legislativo na solenidade de abertura do I Seminário de Capacitação de Referências e Orientadores do PEMSE, a ser realizada amanhã, às quatorze horas. Também, o Senhor Presidente convidou a todos para participarem da solenidade de abertura do I Congresso Internacional de Taquigrafia Parlamentar e Judiciária, a ser realizada no dia nove de novembro do corrente, às dezessete horas, no auditório do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, informando que, durante o evento, representantes do Setor de Taquigrafia da Câmara Municipal de Porto Alegre apresentarão o painel "A Saúde do Taquígrafo". Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Estilac Xavier reportou-se à Audiência Pública realizada ontem pela Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, afirmando serem legítimos os interesses colocados em debate durante o evento. Também, defendeu o funcionamento do Programa de Orçamento Participativo e registrou o lançamento, pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre - ACM e pelo Instituto Dunga de Desenvolvimento do Cidadão, do projeto Esporte Clube Cidadão. Em continuidade, a Vereadora Helena Bonumá reportou-se ao lançamento do projeto Esporte Clube Cidadão, por iniciativa da Associação Cristã de Moços de Porto Alegre - ACM e do Instituto Dunga de Desenvolvimento do Cidadão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz teceu críticas à atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Municipal. Nesse sentido, analisou as principais causas dos alagamentos que ocorrem no Bairro São Geraldo quando da ocorrência de chuvas intensas, defendendo a idéia da elaboração, pelo Departamento Municipal de Esgotos Pluviais - DEP, de um cronograma de limpeza para o sistema de esgotos da região. O Vereador Antonio Hohlfeldt, discorrendo sobre denúncias de irregularidades no atendimento prestado a menores carentes pelo Abrigo Municipal Ingá Brita, criticou a postura adotada pelo Executivo Municipal para tratar dessa questão e referiu-se à Ofício encaminhado por Sua Excelência ao Senhor José Antonio Daltoé Cezar, Juiz da Infância e da Juventude, solicitando cópias dos livros de ocorrências da referida instituição. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA, tendo o Senhor Presidente, face manifestação do Vereador João Antonio Dib, prestado esclarecimentos sobre o quórum da presente Sessão. Em Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 036/01, o qual deixou de ser apreciado face à inexistência de quórum deliberativo. Na ocasião, o Vereador Estilac Xavier manifestou-se acerca do quórum da presente Sessão. Às quinze horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia, Helena Bonumá e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Helena Bonumá e Paulo Brum. Do que eu, Helena Bonumá, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Tribuna Popular de hoje seria destinada à Associação Cultural de Mulheres Negras/RS – ACMUA, que se faria representar pela sua Presidenta, Sr.ª Nelma Oliveira Soares. Ela faria um pronunciamento sobre o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Afro-Caribenha. Até o momento não compareceram os solicitantes da Tribuna Popular. Portanto, passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3938/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 262/01, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que obriga as instituições financeiras, localizadas no Município de Porto Alegre, a tomarem medidas de segurança em favor dos usuários de caixas eletrônicos.

 

PROC. Nº 3978/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 264/01, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que autoriza as Associações de Pais e Mestres das escolas da rede municipal de ensino a receberem materiais ou verbas da iniciativa privada e dá outras providências.

 

PROC. Nº 3980/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 266/01, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que autoriza o Executivo Municipal a criar o Programa Cesta Básica do Idoso.

 

PROC. Nº 4006/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 268/01, de autoria do  Ver. Carlos Alberto Garcia, que institui brinquedotecas nas escolas municipais e dá outras providências.

 

PROC. Nº 4017/01 - PROJETO DE LEI  DO LEGISLATIVO Nº 270/01, de autoria do  Ver. Nereu D'Avila, que altera a denominação da classe Auxiliar de Laboratório e Análises do grupo Saúde e Assistência, constante no Anexo I-A da Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988, e alterações posteriores (Plano de Carreira dos Funcionários da Administração Centralizada do Município).

 

PROC. Nº 4022/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 271/01, de autoria da  Verª Maria Celeste, que denomina Rua Três Passos um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1143/01 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que altera os artigos 13 e 31 do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, ao PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/01, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá. (vagas para mulheres na composição da Mesa Diretora)

 

PROC. Nº 3849/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 258/01, de autoria do  Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Rua Carlos Scliar um logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 6330 - II Etapa.

 

PROC. Nº 3947/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 100/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio Quilombo dos Palmares à Senhora Maria Laura de Freitas.

 

PROC. Nº 3948/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 101/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio Quilombo dos Palmares ao Senhor Pedro Homero.

 

PROC. Nº 3977/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 024/01, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que acrescenta o inciso XVII ao art. 76 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, e alterações posteriores - Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre. (exames preventivos do câncer)

 

PROC. Nº 3826/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 256/01, de autoria do Ver. Beto Moesch, que estabelece condições para legalização de prédios e reformas irregulares existentes no Município de Porto Alegre, bem como das atividades econômicas neles desenvolvidas.

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3629/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 244/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que institui a passagem escolar unificada e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na segunda-feira, eu alertava sobre o fato de que, se nós não votássemos os nomes de ruas, perderíamos mil e quinhentas folhas de papel, desse bom papel. Eu até digo que não o perco exatamente, porque existe uma escola para a qual eu levo esse material. Mas, hoje, há vinte e cinco projetos de lei denominando ruas, e a minha querida Ver.ª Maria Celeste também tem mais um. Só que, Ver.ª Maria Celeste, vamos ter de retirar o Projeto que denomina de “Três Passos” um logradouro não-cadastrado, porque o Município gaúcho já está homenageado em Porto Alegre com uma rua, lá no Passo D’Areia, que inicia na Rua João Moreira Alberto e termina na Rua Pistóia. Esta rua já existe, portanto a minha querida amiga vai ter de homenagear, na denominação de uma rua, talvez um pássaro, como faz o nobre Ver. João Carlos Nedel.

Segunda-feira, ouvi com atenção os Vereadores que falavam da Lei de Regularização da Administração Alceu Collares, o que me fez pensar naquela lei de regularização, e acho que os imóveis têm de ser regularizados. Como Secretário de Obras, fiz isso e não houve problemas. Agora, se não fazem bem feito, é outra coisa. Mas, esta lei que, segunda-feira, foi atacada aqui, foi usada para uma violenta ilegalidade da Administração Prefeitoral na Rua 24 de Outubro com Av. Nova Iorque. Amparados nesta Lei - que já não valia mais, ela só valeu por sessenta dias -, permitiram que num prédio que já estava vistoriado, e com habite-se, construíssem no passeio, sob galeria. Quem quiser e tiver dúvidas é só olhar na esquina da Rua Cel. Bordini com Rua 24 de Outubro, o BANRISUL está com o passeio sob galerias, e não é do BANRISUL, é do povo de Porto Alegre e, em nome da Lei de Regularização de Alceu Collares, a Prefeitura do Dr. Tarso Genro, avisada, assim mesmo permitiu que construíssem no passeio, que é do povo, e lá estão três lojas construídas no passeio do povo de Porto Alegre.

Eu também tenho um projeto por meio do qual apenas quero que simplifiquem a forma de regularização, o que é importante.

O Ver. Almerindo Filho “autoriza a Associação de Pais e Mestres das escolas da rede municipal de ensino a receberem materiais, ou verbas, da iniciativa privada, e dá outras providências”. Quem proíbe associações de pais e mestres de receberem recursos para aplicar nas coisas da escola que elas representam? Não conheço ninguém, nem nada, que proíba. Podem utilizar-se.

O Ver. Nereu D’Avila quer que “as instituições financeiras localizadas no Município de Porto Alegre tomem medidas de segurança em favor dos usuários de caixas eletrônicos”. O Ver. Pedro Américo Leal tem um projeto nesse sentido, diminuindo o horário de funcionamento. O que nós precisamos mesmo é que o Secretário de Segurança saia às ruas e diga que a Cidade não tem segurança e que precisa policiá-la. Não é encarecer os serviços; nós pagamos pela segurança, que seja usada.

O Ver. Almerindo Filho “autoriza o Executivo Municipal a criar o Programa Cesta Básica do Idoso”. Não é atribuição do Vereador; o Vereador, em primeiro lugar, tem de fiscalizar o cumprimento da lei e não permitir que a lei seja mal-usada, mas nós vamos fazendo leis. Hoje há setenta e oito projetos de lei para serem examinados, sendo que vinte e cinco deles, que representam mil e quinhentas páginas de papel, e provavelmente não sejam votados, estão denominando ruas.

Em cinco minutos não dá para analisar o Projeto do Ver. Carlos Alberto Garcia, que quer uma brinquedoteca nas escolas do Município. Pode ser uma idéia interessante, sem dúvida nenhuma. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em Pauta um Projeto do Vereador Nereu D’Avila que “obriga as instituições financeiras, localizadas no Município de Porto Alegre, a tomarem medidas de segurança nos caixas eletrônicos”, e prevê que, em cada caixa eletrônico, haja câmeras de vídeo e um segurança, pelo menos.

 

O Sr. Nereu D’Avila: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Já que V. Ex.ª me honra com a lembrança deste Projeto na Pauta, quero dizer que na vida nada se cria, tudo se transforma. Essa é uma Lei estadual, aprovada e sancionada pelo Governador Garotinho, no Rio de Janeiro. A discussão lá, segundo o Jornal do Brasil, é saber se a segurança é privada ou paga pelo Estado, mas, de qualquer modo, eu acho que tem de haver segurança, e essa é uma alternativa.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Efetivamente, Vereador, a idéia é muito boa; dar segurança às pessoas que vão aos caixas eletrônicos fazer a sua movimentação financeira. Mas, como lembrou o Ver. João Antonio Dib, cabe ao Estado dar segurança ao cidadão. E, tristemente, porque o Estado se omite em dar segurança ao cidadão, nós precisamos que as instituições, as entidades públicas e privadas, tenham um custo adicional para dar segurança ao cidadão. Tristemente, nós vivemos no Rio Grande do Sul, onde a área da segurança não é prioridade, e parece que até há um interesse em que a população não tenha segurança.

É um Projeto que deve ser muito bem estudado e avaliado, mas fico muito triste em ver que o cidadão, que paga imposto, não tenha segurança e que tenha de ter outro custo para manter a sua segurança.

Eu vejo, também, que o Município tem de dar qualidade de vida ao munícipe. Eu sei que a qualidade é difícil de definir, mas temos que fazer um trabalho forte nesse sentido.

Eu gostaria de me referir também ao Projeto do Ver. Almerindo Filho que “autoriza as Associações de Pais e Mestres das escolas da rede municipal de ensino a receberem materiais ou verbas da iniciativa privada”.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, já que V. Ex.ª está falando sobre a questão da segurança, quando abrimos os jornais, como, por exemplo, a Zero Hora de ontem, e vemos uma placa na Freeway “Área de risco, não pare”, Vereador, eu confesso que não só este Vereador, mas a Cidade, o Rio Grande estão pensando de forma diferenciada. A pessoa que teve essa idéia, com todo respeito, foi muito infeliz ao colocar uma placa com o alerta “área de risco”. Então vamos encher a Cidade de placas, pois a Cidade toda está em área de risco. O veículo não escolhe lugar onde possa apresentar um problema, Ver. João Carlos Nedel. Como ficam o cidadão, a cidadã, a família que se encontram naquele veículo vendo uma placa como essa?

Mas que tristeza, nós nos obrigamos a pedir um aparte para colocar um fato tão deprimente e tão triste para a nossa a Cidade e para o nosso Estado. Sou grato a V. Ex.ª.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu concordo com V. Ex.ª. Se nós seguirmos a idéia do Ver. Nereu Ávila, que quer colocar um guarda e uma câmera de vídeo em caixa eletrônico, nós teremos, também, que colocar um guarda em cada ponto da nossa Cidade e câmeras de vídeos em vários pontos de nossa Cidade ou em todos os pontos do nosso Estado, o que se torna impraticável.

Eu gostaria de, rapidamente, me referir ao Projeto do Ver. Almerindo Filho que autoriza que as Associações de Pais e Mestres recebam verbas da iniciativa privada para o seu objetivo educacional. O que me preocupa, Ver. Juarez Pinheiro, é que, em contrapartida, exija-se a colocação de painéis de propaganda. E isso deve ser muito bem discutido pela nossa Câmara e tenho certeza de que os Sr. Vereadores irão assim fazê-lo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.ª Presidenta em exercício dos trabalhos, Ver.ª Helena Bonumá, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, especialmente o público que está nas galerias da Câmara.

Nesta discussão preliminar de Pauta quero abordar dois Projetos: o primeiro deles é de autoria do Ver. Nereu D’Avila e traz ao debate a questão dos caixas eletrônicos. Eu acho isso extremamente oportuno, porque até existem colegas nossos com posições diferenciadas nesta Casa de entenderem que os caixas eletrônicos não deveriam funcionar a partir das 19h. Então esses aparelhos não poderiam mais ser chamados de “caixa vinte e quatro horas”. E por que razão? Pela questão da segurança.

É evidente que, numa Capital - e todos nós temos uma vida até bastante atordoada -, a grande maioria dos porto-alegrenses são correntistas, e é usual que eles se socorram quase que diariamente, semanalmente, nos finais de semana, dos caixas eletrônicos, que são um bom serviço.

Então, não podemos, na nossa avaliação, Ver. Nereu D’Avila, afastá-los do dia-a-dia; temos de qualificá-los e aí eu já tenho uma posição, Ver. Juarez Pinheiro, sobre essa questão: os bancos ganham muito dinheiro. Se são instituições que ganham muito dinheiro... Aliás, ontem, o programa Polêmica produziu uma pauta que eu não pude ouvir inteiramente, mas muito interessante, fazendo um comparativo de quem retirou cem reais emprestado e de quem devia cem reais durante vários anos. Evidentemente que há uma distância geométrica entre quem aplicou na poupança e quem ficou devendo no banco. São instituições que ganham muito dinheiro neste País, à custa da miséria, da pobreza, do pequeno empresário, do dono de padaria, do prestador de serviços; são os banqueiros, que, aliás, são sempre amigos do poder. Esse Governo que está aí, do Fernando Henrique, esse nem se fala! Esse é amigo dos banqueiros uma barbaridade! Não só foi financiado pelos banqueiros, como as suas declarações de campanha assim o demonstraram, mas as suas atitudes são de uma benesse total aos banqueiros.

Então, Ver. Nereu D’Avila, o Projeto é meritório, mas o Poder Público não deveria arcar com essa despesa, e eles não deveriam aumentar um centavo a mais daquilo que já cobram, porque já ganham nos juros, no cheque especial, no talão de cheques, no doc. bancário, já ganham em tudo, ganham até no suspiro do sujeito lá dentro do banco. Portanto, é evidente que um guarda, e é excelente, extraordinário...

Imagine o seguinte, Ver. Nereu D’Avila: descer na Rua Andrade Neves às 10h da noite para retirar ali 50 reais. V. Ex.ª tem coragem de fazer isso? Algum Vereador aqui tem coragem de fazer isso? Mas poderia pegar lá na Cavalhada ou noutro local.

 

O Sr. Haroldo de Souza: (Inaudível.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Até poderia descer, Vereador, mas é extremamente complicado. A Lei é muito boa, mas ela tem de ser depositada ao dono do banco. Concedo ao Ver. João Carlos Nedel o aparte, prazerosamente, mas V. Ex.ª não vai defender os banqueiros, não é?

 

O Sr. João Carlos Nedel: Não, Vereador. Eu vou defender o custo do dinheiro. Isso tudo vai para o custo do dinheiro. Os juros já estão extremamente elevados e nós estaremos elevando cada vez mais o custo do dinheiro, inviabilizando o empréstimo a pequenos correntistas do banco.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, sei que V. Ex.ª é uma figura humana extraordinária e que não está defendendo os banqueiros. Sei que o lado de V. Ex.ª é o lado do povo, mas essa posição de V. Ex.ª acaba beneficiando os banqueiros, que já estão ganhando muito dinheiro.

Mas, eu retomo para dizer, Ver. Nereu D’Avila, parabéns pela iniciativa, vamos contribuir com este debate.

E, por derradeiro, o tempo já vai chegando ao final, eu queria falar sobre o Projeto do Ver. Beto Moesch, sobre as regularizações de obras depois dos cinco anos, mas vai ficar para uma próxima oportunidade. Muito obrigado, Sr.ª Presidenta.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quanto à intervenção do Ver. Sebastião Melo, relativamente à proposta do Ver. Nereu D’Avila, peço vênia ao Ver. Sebastião Melo para subscrevê-la in totum. Faz tempo que nós não concordamos em alguma coisa, Ver. Sebastião Melo, mas temos absoluta sintonia nesta matéria. Realmente, o Ver. Nereu D’Avila tem se distinguido aqui nesta Casa quando legisla, entre outras coisas, sobre a questão bancária. O Vereador estuda a matéria, conhece, discute com o Sindicato dos Bancários de uma forma quase que permanente, e tem com o Sindicato uma relação estabelecida, uma relação forte, e já propiciou a esta Casa uma das legislações que, ao meu juízo, não fosse a questão do Governo Federal, do apagão, teria sido uma das legislações mais importantes, que mais beneficiaria grande parte da nossa população que recorre aos bancos. Eu me refiro à legislação que o Vereador produziu sobre o horário bancário, uma legislação que tinha, mercê da sua profundidade, a possibilidade de alterar uma disposição já da própria doutrina e da jurisprudência. Infelizmente, a questão do apagão, da falta de energia, da necessidade do País em "sacrificar" a população para economizar energia, tirou um pouquinho do fôlego da discussão na órbita jurídica, mas não retira o mérito da iniciativa. E o Vereador volta agora a propor que - no que tange aos caixas eletrônicos, que são na verdade um microbanco, Ver. Nereu D'Avila - o valor da segurança dos munícipes seja colocada acima do valor do mercado.

Disse bem o Ver. Sebastião Melo que os banqueiros são aqueles que mais têm-se beneficiado dentro do atual modelo econômico, político-social vigente em nosso País. Junto com os supermercados e junto com aqueles que jogam na especulação, são os setores econômicos que têm demonstrado que, a cada semestre, quando são publicados os balanços, na nossa economia, mais têm-se beneficiado com o injusto modelo econômico hoje hegemônico em nosso País. No que tange à segurança ser pública ou privada também trabalhou bem o Ver. Sebastião Melo, na discussão. Seria um absurdo que os banqueiros, que são aqueles que mais se beneficiam com o atual modelo econômico, viessem ainda assim receber do Poder Público um amparo, no sentido de que um policial militar fosse destinado para cuidar do seu patrimônio. Jamais poderia ser assim, e, é óbvio que a segurança é uma obrigação do agente econômico, no caso, os banqueiros.

E diga-se de passagem que nós já temos essa legislação aqui em Porto Alegre. Os bancos são obrigados a ter câmeras de vídeo, são obrigados a ter porta de segurança. E essa legislação já está consagrada, não só pela população, como também pelo Poder Judiciário, onde a Associação de Bancos e o Sindicato de Bancos perderam em todas as instâncias, seja em nível de primeiro grau, seja em nível de segundo grau. E hoje é obrigatório manter nas agências bancárias porta de segurança, vigilância e câmaras de vídeos.

Quero também chamar atenção para a proposta do Ver. Beto Moesch, a qual já discuti. O Ver. Beto Moesch traz à colação nesta Casa um projeto que possibilita que construções irregulares com mais de cinco anos sem habite-se possam vir a regular-se. Já comentei esse Projeto, acho que tem importância, mas quero sublinhar que ele precisa ser aperfeiçoado, porque senão cometeríamos o equívoco, ferindo o princípio da isonomia, de prejudicar aqueles munícipes que cumprem todas as regras do Plano Diretor, do Código de Edificações, que, antes de iniciar as obras, apresentam à Secretaria Municipal de Obras e Viação o projeto de lei dispondo sobre a construção, que aguardam a sua aprovação, que pagam as taxas devidas e que, só depois de aprovada a planta, iniciam a construção. Depois de iniciada a construção e concluída, aguardam que a municipalidade faça a fiscalização para receber o habite-se. Possibilitar que aqueles que descumprem as normas municipais possam, pelo condão de uma norma de caráter ordinário, de um projeto de lei ordinário, regularizar-se, seria ferir o direito daqueles que procedem de forma adequada, que encaminham de acordo com a legislação os seus projetos e beneficiaria aqueles que não cumprem - e temos nas galerias um engenheiro que conhece bem a matéria -, no sentido de conseguir o habite-se sem cumprir a legislação municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou muito feliz hoje, porque o astral da Casa está para cima – todos concordando com todos. Na análise dos projetos que estão em Pauta, destaquei os dos Vereadores Carlos Alberto Garcia e Nereu D’Avila. Mas acho que o Tião Goiano – a quem chamo carinhosamente, o Ver. Sebastião Melo -, deu uma espiadinha no que eu ia falar. Brincadeira! Mas é exatamente aquilo que o Ver. Sebastião Melo falou aqui, quero repetir. Não podemos, de maneira alguma, entender que a Prefeitura poderia ser responsável pela segurança nos caixas eletrônicos da Cidade de Porto Alegre; quem tem que dar segurança aos caixas eletrônicos são os banqueiros.

Alguém já disse, e vou repetir. A revista Isto É desta semana traz uma reportagem econômica que informa que, em 1994, quando foi implementado o Plano Real, quem depositou 100 reais na caderneta de poupança teria hoje 324 reais, e quem pegou 100 reais emprestados e deixou de pagar deveria hoje 162 mil reais. Alguma coisa está errada nisso! Ou então todos nós somos “babacas” de não reagirmos contra os banqueiros deste País. O Governo Federal também tem culpa, mas os banqueiros poderiam ser mais humanos e entender que ganhar muito, daqui a pouco, seca o cofre. Daqui a pouco, pode haver aqueles movimentos que existem em outros países, de se buscar “na marra” aquilo que os banqueiros estão guardando só para eles! Porque não é possível que 100 reais de uma dívida em 1994 se transformem em 162 mil, e um depósito em poupança de 100 reais vá para 324 reais!

Os caixas eletrônicos têm de ter, como falou o Ver. Nereu D’Avila, um guarda. Mas a Prefeitura não tem nada a ver com isso. Uma câmara instalada, a Prefeitura não tem nada a ver com isso! E os banqueiros teriam, se tivessem um pouco de vergonha na cara! Estou dizendo isso aos banqueiros de todo o País! Todos, indistintamente! Eles deveriam colocar um segurança, a câmera e mais um segurança para acompanhar um cidadão do caixa eletrônico até o seu carro ou até o seu táxi.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereador, só para fazer uma interrupção. É que V. Ex.ª está no período de Pauta.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sim, estou no período de Pauta, e estou falando sobre o Projeto, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que obriga as instituições financeiras localizadas no Município de Porto Alegre a tomarem medidas de segurança a favor dos usuários. Estou certo?

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Está certo.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Isso é o que eu queria dizer a vocês. Eu só entendo que um projeto como este os trinta e três Vereadores devem votar a favor. Não há discussão. Por isso que o astral está para cima. O Ver. Juarez Pinheiro veio aqui e falou exatamente o que estou falando.

O Ver. Sebastião Melo falou, concordou com o Ver. Nereu D’Avila. Todos nós estamos concordando. Creio que ninguém aqui é contra que exijamos dos banqueiros, mas só dos banqueiros, um pouquinho de vergonha na cara! Porque não podemos mais continuar vivendo num País onde só essa classe é privilegiada. Nós pagamos para respirar dentro de um banco. Não temos conforto dentro do banco. Enfrentamos filas em bancos, desde o banco estadual até os bancos privados! Todos, indistintamente, não dão a menor condição para usarmos esses estabelecimentos. Por isso, tenho certeza absoluta de que esse Projeto do meu querido Ver. Nereu D’Avila vai ser aprovado por trinta e três a zero.

E, ainda na Pauta, nos segundos que me restam, eu quero cumprimentar o Ver. Carlos Alberto Garcia pelo seu Projeto da Brinquedolândia. Fantástico em todos os sentidos! Com certeza, este Projeto será aprovado pela unanimidade desta Casa. Sábado ainda estive na Vila Santa Rosa conversando com a comunidade local. Nas escolas municipais não há absolutamente nada nesse sentido que V. Ex.ª colocou nesse seu Projeto. No estádio, no campo do Jornal do Comércio, um parquinho para as crianças, há um balanço e um escorregador, nada mais que isso. O seu Projeto é fantástico, certamente passará de goleada: trinta e três a zero. Por falar em goleada, espero que o Plenário não fique tão vazio, o jogo da seleção é às 10h da noite. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ouvi uma notícia alvissareira para Porto Alegre. Evidentemente, quando se trata dos interesses de Porto Alegre temos de, independentemente de posições partidárias e ideológicas, nos referir favoravelmente. Segundo a notícia, o Prefeito Tarso Genro mandou que se fizesse um levantamento de prédios abandonados, preferencialmente no Centro de Porto Alegre, para transformá-los em habitação popular com a interferência da Caixa Econômica Federal. Acho correta a idéia, acho providencial que isso tenha sido feito, só que, evidentemente, eu penso que talvez tenha a ver - isso é uma ilação, já vou dizendo, mas eu também tenho o direito de fazer - com a CPI do DEMHAB que está instalada nesta Casa.

Embora os percalços, as questões até jurídicas e agora judiciais que envolvem a matéria, evidentemente que se está tentando detectar alguma irregularidade no Departamento Municipal de Habitação, e essa é a função da CPI, que é a Comissão Parlamentar de Inquérito, e a par disso, nas nuances dos depoentes, está-se verificando a política habitacional de Porto Alegre. Se ela existe ou não existe é uma questão a ser verificada. Na verdade, nesses anos sucessivos da Administração Popular, foi no mínimo tímida a política habitacional, porque o PT investiu em asfalto e em uma série de situações de vitrine que lhe deram sucessivas vitórias. Agora, a questão popular é uma questão primacial. Em qualquer pesquisa que se faça, em qualquer camada da população, em primeiro lugar estará a segurança e, em segundo, estará a habitação ou a saúde; no máximo em terceiro lugar estará a habitação, porque quem casa quer casa e mesmo que as pessoas não sejam casadas, se vivem juntas, legalmente - pois hoje quem vive junto e é feliz, não importa a consignação jurídica -, deve haver um teto para os filhos, para os descendentes morarem, e de preferência com propriedade. Por isso que nós já referimos, e ontem mesmo foi aprovado um Projeto, sendo que a Ver.ª Clênia Maranhão já havia legislado sobre a matéria que consta nesse Projeto, do Ver. Raul Carrion, em função da mulher ter o domínio das questões de habitação, o que é correto, e foi aprovado com justiça por esta Casa, o que foi louvável.

Sobre a questão do Direito Real de Uso, que é tão famoso e sobre o qual discutimos tanto nos bairros, com as populações, elas estão-se dando conta de que embora seja algo com a intenção boa, ou seja, o Direito Real de Uso, como a palavra está dizendo, dando o direito de a pessoa usar, mas que é, no fundo, um aluguel perpétuo. Então, há movimentos no sentido de que se desse o domínio e a propriedade. É claro que há alegações formais, inclusive procedentes, em relação à venda desses imóveis e prejuízo da família. Eu falo aqui o que falei anteontem, ou seja, que a venda é, normalmente, afeita aos homens, e as mulheres têm uma natureza de mais afago, de mais proteção à família, à prole, aos filhos. Nós queremos que se transforme a Lei do Direito Real de Uso, no sentido de que ele seja em nome da mulher, porque aí temos a certeza de que ela não venderá o imóvel.

A notícia hoje é boa e para ver que um Líder da segunda maior Bancada não sobe à tribuna apenas causticamente, pessimisticamente, para criticar a Administração, quando iniciativas são em favor da população. Quando são em favor da população é a favor de todos os Vereadores, porque os Vereadores, sucessivamente aqui na Casa, são colocados, aqui, pela população. Nós só estamos aqui por vontade dela, a ela devemos dar a nossa palavra do que ocorre no Município. Agora, é coincidência, entre aspas, que, quando se mexe, se averigua o Departamento Municipal de Habitação, aí vêm providências boas, que já deveriam ter sido tomadas há muito tempo, já que o Partido PT está no poder há bastante tempo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos comunicar que o Ver. Beto Moesch está em representação desta Casa junto ao Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba, na Cidade de Guaíba.

E a Ver.ª Maristela Maffei também está em representação desta Casa no seminário estadual sobre os transgênicos e agrotóxicos: “A quem servem os transgênicos e agrotóxicos? Um debate sobre a fome no País.”

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto Garcia, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiramente eu quero abordar, aqui, Ver. João Antonio Dib, o assunto que nós vivenciamos, ontem, neste Plenário, relativo à Audiência Pública da Comissão de Orçamento e Finanças desta Casa.

Eu saí muito chateado daquela reunião, porque via, aqui, neste Parlamento, uma coisa que não casa com a democracia.

Todos nós, independente de cor partidária, que compomos a Câmara de Vereadores, somos defensores da democracia. E a democracia foi um bem conquistado, ao longo de um tempo, no caso pontual do nosso País, depois de vinte e cinco anos de escuridão, sem eleições diretas para Presidente da República, sem eleições nas áreas de segurança nacional - estabelecidas pelo poder militar nas Capitais dos Estados -, enfim, cassação de mandatos de políticos, expurgos, e tudo isso que este Parlamento conhece muito bem. Portanto, a democracia é um valor muito grande para a sociedade e para aqueles que entendem que a democracia é um instrumento de luta do povo. Quando a democracia representativa é afrontada, evidentemente que temos de parar para refletir. V. Ex.ªs nunca ouviram deste Vereador e nunca ouvirão qualquer contestação à democracia participativa, porque eu penso que ela é um ganho para a população; ela só pode e só deve ser qualificada, ampliada, em favor da população. Mas quando essa democracia participativa entende que o Parlamento não deve funcionar, aí me preocupa. E ao que eu assisti, ontem, nesta Casa, foi mais ou menos isso, Ver. João Antonio Dib. Antes de eu falar desta tribuna, falou o Ver. João Antonio Dib, e, quando se passaram três minutos, a galeria da direita começava a dizer ao Presidente: “Por favor, desliguem o microfone do Vereador!” Eu disse: “Olha, a ditadura não me calou; não serão os senhores que irão me calar.” E isso se repetiu comigo e com os outros Vereadores de oposição, na sua Casa, no seu Parlamento. E sabem sobre o que era a discussão? Sobre uma Emenda justa, legítima de autoria do Bairro São Geraldo, que tratava da questão dos alagamentos, liderado pela Irmã Angélica, uma reivindicação justa. A emenda popular é um instrumento legítimo da nossa legislação, o Orçamento Participativo é um instrumento legítimo da Prefeitura de Porto Alegre, as emendas ao Orçamento são instrumentos legítimos dos Vereadores e da sociedade. Mas estávamos discutindo 2 milhões de reais de um Orçamento de um bilhão e meio de reais, de um Orçamento que tem 46 milhões de reais para verba de contingência, que o Governo gasta onde quiser; um orçamento que subiu, de 2000 para 2002, em 55% no gabinete do Sr. Prefeito, e eu tenho certeza de que o Prefeito não consultou o Orçamento Participativo para subir o orçamento dele de 3 milhões e pouco para 6 milhões em dois anos. Mais do que isso, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, votada nesta Casa, com uma Emenda do Ver. João Antonio Dib, estabeleceu que deveria a Prefeitura dotar recursos na área do Departamento de Esgotos Pluviais para a questão dos alagamentos no São Geraldo, o que não fizeram! E, aí, legitimamente a comunidade São Geraldo vem aqui, numa Audiência Pública, nesta Casa. E são bem-vindos os conselheiros do Orçamento Participativo, mas insuflados pelo Governo para dizer não à Emenda do Bairro São Geraldo. Vão lá e confrontem o Poder Legislativo para dizer: “Os senhores não podem fazer a Emenda porque só pode fazer o Orçamento do Município o Orçamento Participativo.” Mas estão enganados esses bravos companheiros do Orçamento Participativo porque, na verdade, Ver. Nereu D’Avila, eles discutem a perfumaria, porque ninguém foi consultado sobre a Perimetral, ninguém foi consultado sobre a verba da publicidade, ninguém é consultado sobre os grandes investimentos, ninguém é consultado sobre pessoal, ninguém é consultado sobre a dívida a longo prazo, sobre o custeio, não! É consultado sobre o asfalto.

Então, portanto, queria deixar aqui a minha indignação, Sr. Presidente, pelo que ontem presenciamos neste Plenário. Democracia representativa e democracia participativa devem andar juntas a favor do resgate da busca da cidadania. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente Ver. Carlos Alberto Garcia, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, porto-alegrenses, a emenda popular apresentada pelo bairro São Geraldo a respeito dos alagamentos acho absolutamente justa e, com certeza, vou votar favorável, sim!

Eu confesso que não pretendo abraçar o mundo, discutir sobre tudo o que passa por esta Casa; quero-me dedicar a problemas definidos, acompanhando os demais projetos que tramitam nesta Casa, através dos nobres amigos Vereadores, já devidamente reconhecidos por mim como confiáveis. Vou-me deter na minha obsessão definida que são os meninos e as meninas de rua.

 Agora, no meio do último trimestre, chegou a hora de cobrar mais claramente promessas não cumpridas. A realidade nua e crua a respeito da promessa do Prefeito Tarso Genro é que, atingindo o final do exercício, não chegou a esta Casa nenhum projeto claro do Executivo, por mais tímido que fosse, para enfrentar essa chaga aberta, que é o abandono de crianças e adolescentes de rua de nossa Cidade. O Prefeito Tarso Genro, que prometeu isso claramente, de forma veemente e de voz empostada, como todo o cidadão que, ao usar o microfone, deseja impressionar seus ouvintes, ficou só na promessa. Gente, se aumentam as crianças de rua é porque, ao longo de todos os anos, a coisa foi tratada só no campo das promessas, e não só no Governo do PT, nos governos anteriores também, porque nada foi feito, só foi prometido. Às vezes eu fico constrangido em vir a esta tribuna e cobrar atitudes, só cobrar! Mas, depois, eu me tranqüilizo, porque o que eu poderia fazer neste ano em matéria de projetos sociais, eu fiz, apresentei à Casa.

O meu primeiro Projeto, senão um dos primeiros, foi o pedido de construção de casas-lares, pela Prefeitura, exatamente colaborando com a promessa que foi feita pelo Sr. Prefeito no dia de sua posse. Se nada veio de lá do Executivo. Aqui no Legislativo, tramita esse Projeto e nunca os pautadores sugeriram votação imediata dele.

Dedução – a Prefeitura não tem interesse na aprovação desse Projeto, e a promessa do Prefeito foi uma mentira. Disse bem o Juiz da Infância e da Juventude, José Antonio Daltoé César, em artigo publicado em jornal desta Capital. O Juiz José Antonio Daltoé César relata “não só o abandono do Governo Municipal, mas também a sua omissão”. Convenhamos, um chefe de Executivo omisso?! Por favor! O Dr. José Antonio Daltoé César ainda afirma que “... urge que a prioridade por todos aplaudida seja deslocada dos planos das idéias para ações concretas no enfrentamento da calamitosa situação dessas pessoas: meninas e meninos nas ruas da Cidade”.

Já agradeci à minha negrinha Nossa Senhora Aparecida por ela ter colocado, no meu caminho, o Juiz da Infância e da Juventude, José Antonio Daltoé César, porque agora eu não estou sozinho na parada. O Juiz, em meu gabinete, foi textual: “Seremos incompetentes todos nós se não alcançarmos este objetivo, e precisamos tudo fazer para que o discurso saia das tribunas e vá para o campo da prática.”

Por acreditar, ainda, nos homens, embora decepcionado com a falta de palavra do Sr. Prefeito na promessa feita no dia da posse, creio nos homens e nos Vereadores desta Casa; por acreditar na sociedade porto-alegrense, que sabe distinguir aqueles que fazem discurso cheio de detalhes e citações intelectuais daqueles que só querem trabalhar; por ter consciência da capacidade da nossa sociedade e dos Vereadores desta Casa, acredito em ações simples e efetivas que se sobreponham a discursos retóricos, saindo, em breve, desta Casa, a implementação de políticas sociais concretas, que enfrentem o odioso quadro de exclusão social entre os pequenos de nossa Cidade.

Quando vem aqui um Vereador e, ao final de seu discurso, usa o surrado papo do “doa a quem doer”, dói muito em mim, sim, saber que existe Vereador, nesta Casa, que acredita ser mais culto que os outros - e até numa comparação comigo pode ser mesmo. Mas muitos cultos, intelectualóides já caíram do cavalo diante da escola da vida. Com palavras bonitas, engana-se algum tempo; com retóricas fantasiadas de conhecimentos culturais, vai-se longe, mas nunca o suficiente para garantir, perante o coração das pessoas, a confiança, o respeito e principalmente essa tal ética e essa tal dignidade que alguém gosta de usar com tanta veemência nesta tribuna.

Quem é não diz que é, pratica! Veja-se o exemplo do Dunga, Sr. Tarso Genro! Quem promete, cumpre! Vamos tirar ou não vamos tirar os meninos da rua? Ou V. Ex.ª vai usar esse mote para a sua campanha ao governo do Estado, quando, de novo, estará faltando com a palavra de que seria Prefeito dos porto-alegrenses por quatro anos?!

Quanto ao IPTU progressivo, falo em outro momento, mas antecipo o meu voto: votarei contra qualquer natureza de aumento para o povo de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Apregoamos a representação do Ver. Reginaldo Pujol junto à delegação da ACM em audiência no Ministério da Previdência Social nos dias 7 e 8 do corrente.

O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu também, Ver. Sebastião Melo, fiquei impressionado, ontem, Ver. João Antonio Dib - V. Ex.ª também estava aqui -, em alguns momentos, com a falta de educação. Eu até me surpreendi com alguns Vereadores que, quando estão no Plenário não agem dessa forma, mas que, quando estão com representantes do Orçamento Participativo aqui nas galerias crescem e brigam ferrenhamente, sem respeitar, Ver. Nereu D’Avila, a democracia. Isso me chamou a atenção. As comunidades têm os seus direitos? É claro que têm. Mas creio que elas têm que se acostumar com esta Casa e vir aqui negociar. Ontem as coisas foram planejadas para pressionar outra comunidade que têm plenos direitos de reivindicar também para seu bairro.

Creio que o Orçamento Participativo se desvirtuou um pouco, ele está muito ideológico; está muito PT; ele tem que ser mais Cidade, mais comunidade. Ainda bem, eu tenho notado que as comunidades estão-se movimentando; os bairros, as associações de bairros estão entendendo que caíram numa armadilha, quando dali nomearam uma ou duas pessoas que não têm, às vezes, a representatividade no bairro para defendê-lo no Orçamento Participativo. Mas, defender o quê? O Orçamento Participativo influi no IPTU? O Orçamento Participativo decidiu os parquímetros, o ISSQN, as peculiaridades dos bairros? Muito pouco; são coisas preestabelecidas. O que nós vimos aqui, e me surpreendeu, foi a falta de educação, até de alguns Vereadores, que pressionaram aquela audiência pública para dar a entender àquela arquibancada lotada, do Orçamento Participativo, que eles eram os donos da verdade. Isso não é democracia! O Orçamento Participativo tem de começar a fazer presença nesta Casa, porque aqui há trinta e três Vereadores, que já votaram, sim, a favor do Governo, por exemplo, no caso da Previdência do Município, com o Parecer do Ver. João Antonio Dib, com a ajuda deste Vereador, do Ver. Nereu D’Avila, de todo o Plenário, enfim. Nós estamos colaborando, mas entendemos que, nesta Casa, todos os bairros, toda a comunidade, estão representados; não será o Orçamento Participativo, com a participação de duzentas pessoas, que vai representar a Cidade. Nunca vi isso, Ver. Nereu D’Avila! O pessoal do bairro São Geraldo foi constrangido, ofendido, os Vereadores foram ofendidos, esta Casa foi ofendida, como parlamento de decisão, numa lei que pode ser aqui modificada pelos Vereadores. O Orçamento Participativo tem de entender que nós, os trinta e três Vereadores, não somos só representantes de um bairro, nem do Orçamento Participativo, nós somos representantes de Porto Alegre e temos o direito de defender qualquer comunidade. Nós somos representantes de todas as comunidades. Não será o Orçamento Participativo que virá aqui pressionar, para só pedir o que serve para eles. Mas, e as outras comunidades?

Então, Ver. Sebastião Melo, entendo que ontem foi, sem dúvida, uma prova de que esta Casa tem de estar de olhos abertos, porque as audiências públicas são pressionadas com um segmento só do PT, forçando que aconteça o que eles querem. Isto não é democracia! Democracia não tem só um lado!

Nós do Partido Trabalhista Brasileiro somos contra qualquer tipo de aumento do IPTU. A carga tributária deste País é de mais de 33%. Não aceitamos qualquer tipo de aumento que venha onerar ainda mais o bolso do cidadão porto-alegrense. O ISSQN é um dos mais altos do Brasil: 5%. Essa ganância de arrecadar do porto-alegrense é impressionante, e o Partido Trabalhista Brasileiro não vai dar voto ao aumento do IPTU de Porto Alegre, assim como esta Casa, quando pressionada, vai dar, com voz forte, o seu posicionamento para a comunidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, inicialmente eu queria convidar as Sr.ªs Vereadoras e os Srs. Vereadores para o ato que, no dia de amanhã, às 17h, acontecerá nesta Casa, em que a líder comunitária, já muito conhecida pelas suas lutas no movimento de clubes de mães, a Sr.ª Élida Galharça, vai receber o Título Honorífico de Líder Comunitária. A proposta da entrega do Título para Élida foi compartilhada por todos os Vereadores e significa o reconhecimento desta Casa a uma ação comunitária desenvolvida há mais de trinta anos em Porto Alegre pelo Conselho Geral dos Clubes de Mães. Eu queria apenas, nesta oportunidade, reforçar o convite às Sr.ªs Vereadoras e aos Srs. Vereadores para estarem presentes nessa solenidade, amanhã, às 17h, no Plenarinho.

Em segundo lugar, eu queria referir-me a um tema que aqui foi trazido pelo Ver. Nereu D’Avila, que se refere à iniciativa positiva tomada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre no sentido da recuperação dos prédios inacabados, como o da Caixa Econômica Federal, que poderiam ser transformados em habitações, tendo em vista o grande déficit habitacional de Porto Alegre. Acho muito importante essa iniciativa. A Caixa Econômica Federal dispõe de um programa de arrendamento residencial para moradias de baixa renda. Esse é um dos meios disponíveis para a construção dos projetos habitacionais, e os convênios neste sentido têm que ser reconhecidos como positivos. Porém, eu tomei uma iniciativa, que estava tramitando nesta Casa, no sentido de que se pudesse ter, em Porto Alegre, uma ampliação dessa proposta, para que todos os prédios abandonados, não apenas no Centro da Cidade, mas também nos bairros, prédios públicos ou privados, pudessem ser, por meio de um convênio com a Prefeitura, utilizados para habitação popular. Para isso é preciso que a Prefeitura faça um levantamento de todos os prédios existentes no Município que estejam em condições de serem aproveitados na área habitacional, avaliando a sua disponibilização, para que possamos minimizar o drama das famílias sem habitação em Porto Alegre.

Construí este Projeto a partir de uma experiência muito conhecida, porque muito divulgada pela mídia, que é uma realidade, porque há uma ocupação desordenada pelo movimento dos sem-teto, tendo em vista que eles não têm condições de investimento na infra-estrutura daqueles prédios, e acabam ocupando os prédios das grandes cidades sem nenhuma condição, vivendo, portanto, em condições subumanas.

Procurando dar mais uma contribuição a minha luta pelo direito à habitação em Porto Alegre, apresentei um Projeto de Lei que autoriza o Executivo Municipal a celebrar convênios necessários para a recuperação de prédios inacabados, ou abandonados, com vistas à utilização deles na área da habitação popular para famílias de baixa renda. É um Projeto que faço questão, na sua justificativa, de citar a iniciativa já tomada pela comissão que trabalha isso no Centro de Porto Alegre. Recupero isso como uma questão positiva, e amplio esta proposta, que foi fruto de várias lideranças comunitárias que trabalham na área de habitação, no sentido de que se pudessem criar várias alternativas para minimizar o drama da falta de moradia em nossa Cidade.

Para concluir, quero apenas compartilhar com o Plenário a minha estranheza, porque o Executivo pediu vistas do processo desde o dia 13 de setembro deste ano, numa clara manobra para inviabilizar a tramitação do Projeto, um Projeto com importante conteúdo social, o que evidentemente precisa ser explicado pela Prefeitura de Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho mais de trinta anos de vereança. Ao longo do tempo, ocupei os mais altos cargos do Executivo Municipal, mas continuo aprendendo. Ontem, eu aprendi mais um pouquinho. Uma comunidade marcava o meu tempo na tribuna, como se eu desperdiçasse tempo, como se não fora eu um Vereador que chega no início da Sessão e fica até o término, que não fosse eu um Vereador que, pela experiência, traz contribuições. Ontem, na hora que quiseram-me cortar a palavra - o que é uma barbaridade, na Casa do Povo, os representantes do povo não poderem falar, não impedidos pela Mesa, mas pelas galerias –, quando eu falava, estava exatamente defendendo aqueles que queriam que eu não falasse. Só que o alcance deles é limitado, porque eles são encaminhados para fazer o que fizeram aqui. Eu sou atento, muito atento!

Na segunda-feira passada, a Escola Santa Família veio aqui e colocou uma Emenda Popular, na Tribuna Popular. Na quarta-feira, quarenta e oito horas depois, estava aqui a comunidade do bairro Farrapos para contestar a Emenda, mas comandada pelo Gabinete de Planejamento. Não era pelo Orçamento Participativo não, mas pelo Gabinete de Planejamento, porque aqui estava o Sr. André Passos. Eu sou atento, não disse nada a ele. Tudo bem, é um direito dele fazer. Eles vieram aqui e contestaram, mas não conhecem nada para contestar. Eu, ontem, dizia que a Prefeitura pode e deve resolver dois problemas, porque ela tem dinheiro, e eles queriam que não resolvessem o problema do Bairro São Geraldo.

O Orçamento da Prefeitura deveria ser muito bem feito e não o é, não traz a verdade nos seus números. É equivocado, é enganoso, porque eu não gosto de usar outra expressão mais dura. Então, fico pelo equivocado e enganoso.

Mas, quando se faz a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Prefeito sanciona, deve ser respeitada. Eu havia colocado na Lei de Diretrizes Orçamentárias uma Emenda para que o problema do 4º Distrito, do bairro São Geraldo fosse resolvido. E o que fez o Prefeito? O que fez o sistema de planejamento da Prefeitura? Diminuiu o orçamento do DEP de 18 milhões para 13 milhões. Mas aumentou na publicidade.

Eu também fiz Emenda - e foi aceita - para que houvesse um laboratório farmacêutico, para que a população pudesse receber os remédios que hoje lhes são negados. Não veio nada no Orçamento. Eu também fiz uma Emenda para que houvesse recursos para colocar as placas indicativas de nomes de ruas nas nossas esquinas, e faz tempo que venho fazendo isso, mas não veio nada. Eu ainda não sei se vou fazer emenda, nesse sentido, e posso fazer. Posso fazer, porque estou amparado na Lei.

Agora, ontem, nós vimos exatamente o que representa o Orçamento Participativo nesta Cidade: é a manobra da massa contra a Cidade, porque se eles entendessem o que estava ocorrendo, saberiam. E eu disse: o Orçamento da Prefeitura tem 108 milhões de superávit. Não me interessa se depois eles irão repassar ou não, mas também tem verba de contingência. Dois milhões não fariam diferença nesses 108 milhões ou nos 50 milhões de reserva de contingência. Mas essa é a Prefeitura que vivemos, de um Prefeito que viaja muito e que, no dia 5 de outubro, disse que retiraria no mesmo dia aqueles indivíduos que ali estão ocupando o leito da Perimetral, ocupando a via pública. Mas, as viagens são tantas que ele esqueceu o que prometeu, esqueceu que ele tem responsabilidade sobre o povo de Porto Alegre, esqueceu o seu dever. E isso é muito sério!

Ontem, eu realmente vivi um momento triste, muito triste, porque o Orçamento Participativo, comandado pelo Gabinete de Planejamento, quis comandar a Casa do Povo de Porto Alegre, mas, felizmente, esta não se dobrou. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos apregoar que o Ver. Ervino Besson está representando esta Casa na abertura da colheita da 17ª Festa do Pêssego, no dia de hoje. Amanhã, o Ver. Adeli Sell estará representando esta Casa do 13º Festival de Turismo de Gramado. E também, no dia de amanhã, a Ver.ª Helena Bonumá, às 14h, estará representando esta Casa no I Seminário de Capacitação de Referências e Orientadores do PEMSE.

Queremos informar e, ao mesmo tempo, convidar os Vereadores para a abertura do I Congresso Internacional de Taquigrafia Parlamentar e Judiciária. Evento este que conta com taquígrafos do Chile, do Uruguai, da Argentina, da Espanha e de vários Estados do nosso País. Ao mesmo tempo, queremos informar, para a nossa alegria, que os taquígrafos desta Câmara serão as responsáveis pelo painel “A Saúde do Taquígrafo”.

O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Ver. Carlos Garcia, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, público do canal 16, funcionários desta Casa, a história da fundação das comunidades humanas é, muitas vezes, trágica, assente num código binário de contradições, antinomias e exclusões. E aí temos os opostos criados entre cidadão e estrangeiro; fé e heresia; temporal e espiritual; amigos e inimigos; público e privado; vontade geral e interesses particulares; inclusão e exclusão; direito e não direito. Isso faz parte das organizações humanas.

Ontem, esta Casa assistiu a um ato de participação política em torno de uma audiência que está discutindo a Lei do Orçamento. A Lei do Orçamento são os recursos que esta Casa autoriza serem despendidos no ano vindouro. E essa é uma discussão importante, porque diz respeito a toda a Cidade.

Há Vereadores que pensam que a democracia é silenciosa. Não. A democracia nunca é silenciosa; ela é barulhenta, é agitada, às vezes é até fora dos padrões que alguns consideram adequados e pode ocorre isso. Mas não tem o aval da maioria, sequer do Partido dos Trabalhadores. Ontem, aqui, se contrapuseram interesses de uma comunidade, legítima, do Bairro São Geraldo, com de todos os outros bairros, porque a Emenda proposta por eles tira algo em torno de 3km de pavimentação comunitária, que leva junto saneamento, água, esgoto, para um conjunto de dezesseis regiões da Cidade de Porto Alegre. É evidente que isso criou uma polarização, e é claro que essa polarização deságua na Câmara, mas é evidente que aqueles que acusam o PT ou o coordenador de Planejamento de estar organizando, não percebem e desqualificam as pessoas que aqui vieram como se não fossem autônomas, como se estivessem sujeitas a cordéis. Eu poderia revidar, desqualificando a comunidade do bairro São Geraldo, coisa que não faço, porque conheço a comunidade, que também teria cordéis e outros interesses por trás da comunidade. Não. O interesse que há lá é legítimo, tal como é legítimo o interesse que está por trás da comunidade do Orçamento Participativo, das dezesseis regiões que se fizeram presentes aqui para negociar e sensibilizar os Vereadores e a outra comunidade para fazer uma composição no Orçamento. Cobra-se muito da nossa Cidade e dos nossos governistas, é correto.

Ontem, nós estivemos no prédio da ACM - Associação Cristã de Moços -, onde o Prefeito assinou a cedência de um terreno da Prefeitura para sediar o projeto “Dunga para o Esporte”. E o que disse o Prefeito naquela oportunidade: “Que a Prefeitura apóia a iniciativa, porque ela se insere num dos principais objetivos do nosso Governo, que é o de combate à exclusão social. O Poder Público precisa de parceiros para vencer essa batalha que é de todo o conjunto da sociedade.” Está-se criando, na Restinga, a Restinga Olímpica, para constituir um conjunto de atividades educativas, esportivas para os jovens, para que eles não fiquem prisioneiros da lógica de emprestar a sua força jovem para o narcotráfico, para a criminalidade, para o desvio de conduta. Isso é uma atitude positiva, mas há líderes que não reconhecem isso. Estamos aqui saudando uma atitude que vai beneficiar milhares de jovens na Restinga, em conjunto com a ACM e com o a ONG do Dunga.

O Ver. João Dib que falou em relação, especificamente, às atividades de ontem. Quem está ouvindo, parece, pelo conceito aqui empregado, não deter informações técnicas suficientes para discernir sobre o que está-se tratando. As comunidades sabem, sim, dos recursos, de onde eles saem e para onde vão. Isso não diminui a justeza das preocupações do Ver. João Dib, só coloca uma nuvem obscura sobre o discurso. O Ver. João Dib não disse isso, mas há problemas de sinalização na Cidade, sim. Nós podemos pensar para o ano que vem um conjunto de iniciativas para sinalizar a Cidade, porque isso é qualificação fina. Assim como sabe o Ver. João Dib que a verba de contingência é uma determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal e não está disponível para colocar à disposição da comunidade do Navegantes. Sei que há discordâncias sobre isso, mas essa é a interpretação que dá a nossa Procuradoria e o nosso Governo a respeito da verba de contingência, e não aquela que está sendo colocada para a comunidade. E não será resolvido o problema do Bairro São Geraldo com a Emenda que está sendo colocada; podemos resolver isso compondo um programa de médio e longo prazo para a questão do Bairro São Geraldo. É a atitude mais correta que esta Casa pode ajudar a compor neste momento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente, eu e a Ver.ª Clênia Maranhão queremos fazer um registro, já feito pelo Ver. Estilac Xavier da tribuna. Estamos mostrando aqui que ontem foi formalmente criado pela ACM o Esporte Clube Cidadão. Na ocasião em que a ACM fazia aniversário e está lançando uma campanha voltada aos meninos da Restinga, onde ela pretende construir, com o apoio da comunidade organizada e de uma frente parlamentar, um complexo desportivo para tratar dessa população. Ontem, alguns Vereadores representaram esta Casa nesse evento. Trouxemos aqui a camiseta. O Ver. Carlos Alberto Garcia, que está presidindo a nossa Sessão, é um dos Vereadores que integra também a frente parlamentar, juntamente com esta Vereadora, com a Ver.ª Clênia Maranhão e com os Vereadores: João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Cassiá Carpes, José Fortunati e Reginaldo Pujol. Fica o registro que, nesta Casa, estamos representando a frente parlamentar da ACM.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereadora, não foi uma Questão de Ordem, mas é muito merecida essa lembrança.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando se ouve a liderança petista, aqui nesta Tribuna, falar sobre as iniciativas do seu Governo, aquilo que o governo petista faz para fazer frente aos problemas, parece que estamos diante de homens com muita capacidade para enfrentar os problemas administrativos de Porto Alegre. Mas eu ouvi o Ver. Estilac Xavier falando, por exemplo, sobre aquele programa da Restinga, e, como o Ver. João Bosco Vaz acompanha mais de perto essa parte esportiva, perguntei-lhe se aquilo era iniciativa da Prefeitura Municipal, e ele me respondeu que não, que era da ACM, do Dunga, de alguns Vereadores desta Casa, mas não da Prefeitura. O que a Prefeitura vai fazer é abrir mão de um terreno para que aquele empreendimento possa acontecer na Restinga. Mas, na Restinga, temos áreas e mais áreas que podem ser utilizadas. Não precisa ser muito inteligente para doar uma área na Restinga a fim de que saia um empreendimento daqueles em prol das crianças, agora é só o que a Prefeitura está fazendo naquele empreendimento lá da Restinga. Vejo, agora, o Ver. Estilac Xavier falando aqui da tribuna como se fosse um empreendimento da Prefeitura Municipal. Não é.

O Ver. Estilac Xavier falou também sobre o Bairro São Geraldo, onde acontecem alagamentos. A Escola Santa Família se queixa que, às vezes, não pode haver aula, porque as águas invadem a escola. Não é só essa escola, existem outras instituições que são atrapalhadas nas suas operações do dia-a-dia exatamente por causa da água. O Ver. Estilac Xavier falava a respeito do Bairro São Geraldo. Sabem por que acontecem os alagamentos constantes nesse Bairro? Já estivemos lá discutindo com a comunidade, o Ver. João Dib já esteve lá, só que, há um ano, não ocorria a limpeza da rede de esgotos. Um ano sem limpar a rede de esgotos. Nós dissemos várias vezes que a rede de esgotos precisava ter uma programação do DEP para que fosse feita a limpeza rotineiramente, não pode ficar a Deus dará. Depois que passa um ano, a rede está toda entupida, começam a acontecer os alagamentos e aí se gastam 300 mil reais para contratar uma empresa, que vai fazer o serviço de limpeza daquele esgoto. Daqui a pouquinho vai estar entupido de novo e, como não existe um trabalho rotineiro do DEP para fazer a limpeza, o problema dos alagamentos vai novamente acontecer, apesar de se gastar 300 mil reais. Aí se fala na execução orçamentária, o Ver. Sebastião Melo falava, por exemplo, na verba de contingência. O seu entendimento é o mesmo entendimento que eu tenho: a verba de contingência deve ser para aqueles acontecimentos que surpreendam a Administração. De repente, acontece alguma coisa que não estava prevista, é algo imprevisto, então se utilizam os recursos da verba de contingência. É por isso que não precisava deixar na verba de contingência tanto dinheiro como se deixa. Nós temos orçamento de 1 bilhão e 400 milhões de reais, se deixa 10% lá na contingência, não precisava deixar, como a suplementação que o Executivo sempre tem à disposição para fazer dentro do Orçamento. É uma suplementação também muito grande, desnecessária e pode suplementar inclusive em qualquer rubrica. É por isso que, em muitos e muitos anos, se gasta muito dinheiro em propaganda, porque pode pegar de qualquer lugar e suplementar a propaganda e está exatamente dentro do Orçamento, e o pior é que esse Orçamento é aprovado todos os anos com os votos da oposição aqui nesta Casa. Por mais que se alerte, por mais que se discuta e se alerte os Vereadores sobre esse problema, todos os anos o Orçamento é aprovado exatamente assim, dando todos os recursos para o PT usar à vontade, para fazer a sua demagogia com os votos dos Vereadores da oposição. Eu espero que este ano seja diferente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, embora, aparentemente, hoje o tema principal seja exatamente a questão da Emenda Popular em relação ao bairro São Geraldo, e como vamos tratar sobre isso ao longo do processo orçamentário, eu vou-me permitir falar sobre outro assunto que referi muito rapidamente aqui na Casa, na Sessão anterior, mas que tem-me preocupado ao longo dos últimos meses, igualmente a Ver.ª Clênia Maranhão.

Eu referi, há poucos dias, que a após a negativa da Prefeitura Municipal, da FASC e da Diretora do Abrigo Ingá Brita de permitir que nós tivéssemos acesso a cópias dos livros de registro, sob o argumento de que o ECA não permite, e foi essa a posição que nós recebemos aqui, por meio de um Ofício do Prefeito Tarso, depois de um remanche muito grande da direção da Casa em conversar conosco, e, na verdade, nós, a Ver.ª Clênia Maranhão, eu, a equipe aqui da Casa, representantes do Partido dos Trabalhadores, da Bancada do Partido que nos acompanhou, nós vimos os livros e os registros, então sabíamos que se confirmavam as denúncias, então eu tomei a iniciativa de fazer contato com o Juiz da Infância e da Juventude Dr. José Antonio Daltoé César, e entrei com um Requerimento formal, embasado, solicitando autorização para receber as cópias dos livros de ocorrência. S. Ex.ª, o Dr. José Antonio, não apenas me atendeu, por meio do Ofício nº 167/2001, de 06 de novembro, que diz: “Em atenção ao seu Ofício, encaminho cópias dos livros de ocorrência do Abrigo Ingá Brita, referentes aos meses de abril a agosto do corrente ano.” Dos quais, eu vou passar cópia a Ver.ª Clênia Maranhão, porque é um pacotão imenso, são mais de quinhentas folhas copiadas. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Dr. José Antônio acrescentou cópia do Processo Administrativo nº 109.234.5, instaurado por este Juiz contra a mesma instituição, que é também um outro documento longo, de centenas de páginas, que eu não tive sequer tempo ainda de ler, e que resulta de uma dupla denúncia, uma das quais, minha denúncia, formal, antecipada também neste Plenário, sobre condições vividas pelo Ingá Brita. E fica bem claro, Sr. Presidente, em primeiro lugar, que houve, sim, tergiversação, má-fé, por parte da direção do Ingá Brita, eu diria temor de verem confirmadas as denúncias que nós havíamos trazido aqui e que a bancada de situação correu para desmentir, inclusive no voto separado da Ver.ª Sofia Cavedon, mas que, agora, não pode mais desmentir.

Ver. Haroldo de Souza, nós tivemos acesso aos livros e o único compromisso que o Juiz nos obriga e que, obviamente, vamos cumprir, porque seremos os primeiros a fazer, é: omitir os nomes dos adolescentes, por motivos óbvios. Nós queremos ajudar os adolescentes, nós não queremos constranger os adolescentes. Então, toda e qualquer manifestação que façamos, nós devemos, obrigatoriamente, omitir os nomes dos adolescentes. Nós tivemos acesso global a todos os livros.

Ver. Haroldo de Souza, Ver.ª Clênia Maranhão, V. Ex.ª que nos acompanhou, Ver. João Bosco Vaz, que, como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, havia nos liberado, como a Ver.ª Sofia Cavedon, como Presidente da Comissão de Educação, é estarrecedor o que se lê nas páginas dos livros de registro. Eu vou dedicar as próximas Sessões, as próximas manifestações minhas a algumas passagens que a minha assessoria já destacou, mas há coisas lamentáveis. Algumas daquelas situações que nós levantamos, de maus-tratos, de situações, por exemplo, onde adolescentes têm o pão das 23h suspenso durante trinta dias como castigo. E um deles tem de tomar remédio depois da alimentação. Então, o remédio lhe é dado sem a comida. E para os mesmos adolescentes também se suspende o café da manhã; ou seja, eles passam praticamente vinte e quatro horas sem comer.

O segundo dado, e eu concluo por hoje, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, adolescentes que nós dissemos, Ver.ª Clênia Maranhão, que tinham excesso de faltas, porque ficam trancados, as notas são deprimentes: zero, um e meio, dois - por motivo óbvio: se o adolescente não vai à sala de aula, como é que ele vai poder ter rentabilidade na escola? Parece-me que o que a Prefeitura Municipal hoje patrocina no Ingá Brita é um crime. E é por isso que a Portaria nº 04/2001, do Dr. José Antonio Daltoé César, estabelece uma série de obrigações. São doze obrigações que o Município deve cumprir, com prazos. A isso, vou-me referir nas próximas Sessões nesta Casa ou em outros momentos. Mas o que eu quero dizer, Ver.ª Clênia Maranhão, e concluo, Sr. Presidente, é que todas as denúncias que eu trouxe aqui estão confirmadas e são bem piores. Não houve nenhum aumento, nenhuma invenção deste Vereador. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Solicitamos que sejam liberados os terminais para a verificação de quórum para entrarmos na Ordem do Dia.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, como se verifica, há quórum, mas há quase uma dezena de Vereadores em representação, o que prejudicaria, sem dúvida, o primeiro Projeto a ser discutido, e estou sugerindo que se retire o quórum para que se possa, na sexta-feira, votar, com a plenitude da Casa, o Projeto de Lei.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereador, esta Presidência ouviu atentamente a sua solicitação, mas só poderemos atendê-la se realmente não houver quórum. Há dezenove Vereadores presentes, portanto, há quórum.

Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1008/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 036/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que determina que o Executivo Municipal de Porto Alegre disponibilize aos Vereadores senha de acesso aos sistemas eletrônicos de controle orçamentário da despesa e de pessoal, no âmbito das administrações direta e indireta do Município.

 

Parecer:

- da  CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM;

- encaminharam a matéria, em 05/11/01, os Vers. J.A.Dib, E.Xavier e E.Guimarães.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação o PLL nº 036/01. (Pausa.)

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, eu acho que, pelo princípio da aparência imediata, não há quórum para avaliar esta matéria.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Visivelmente, verificamos que não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h54min.)

 

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